quarta-feira, 2 de maio de 2012

Coluna do Lau: Esqueite in Memoria

                                                   É PORQUE HOJE É SÁBADO 

                              Ora, ora, Gostosinhos, voltei indignado, viu! Quero nem saber. Em minhas reflexões a respeitos dos escritos anteriores, Gente, percebi que foi um lamento só. Vou logo sendo enfático com vocês: essas dificuldades ocorridas e apresentadas, no que se refere a iniciação de um menino pobre no Esqueite, não mancham uma série significante magistral de contribuições que, vindas Dele, carrego na mochila da alma. 
                             Pois bem, o sábado era o dia esperado por todos esqueitistas que freqüentavam “Os Correios”. Logo pela manhã ir ao armazém comprar lixa, “se não tiver d’água vai de ferro sendo grossa, eita de ferro não tem, e agora? Atola de madeira mesmo, mas cuidado com água”. Ansiedade é a palavra que sintetiza sobremaneira o desejo de sair de casa, no início da tarde de sábado, fazer “o rolo” com o cobrador do ônibus” e se dirigi, desgovernadamente, em direção ao centro do Recife para a reunião vespertina. Foi a semana inteira de espera, será que era ela que tornava “Os Correios” mais intenso? Ao chegar, Caros Colegas, era um contentamento escancarado, a alegria misturada a satisfação abraçavam o Capibaribe, apertos de mão demasiadamente agradável, isso tudo regado a muito Esqueite.   
                           Para se ter uma idéia da importância do “berço esplêndido do Esqueite”, “Os Correiros” era o centro do Esqueite na capital e, por conseguinte, do nosso estado; Meca do Esqueite Pernambucano. Claro que havia pessoas que praticavam o “Carrinho A-viciante” em outras localidades, contudo, de forma pontual, haja vista que a Rua do Sol era onde o Esqueite acontecia verdadeiramente. Os melhores Caras do momento e as melhores manobras tinham como cenário “Os Correios”, portanto... indiscutivelmente era o lugar.  
                    - Poxa, do jeito que Lau escreve era uma paz só, “Os Correios”.  
                    - Vai nessa, visse, Filhinho! Lá funcionava um código de conduta, de maneira tácita, não declarada, servia que era uma beleza. Explico, Gente Querida, é que como o espaço era, de certa forma, reduzido, havia muita gente no local e os choques eram inevitáveis. Porém era recomendado, sem formalidades, aos iniciantes que procurassem um local mais tranqüilo e com menos gente para não haver choques e atrapalho aos demais. Neste sentido, “Os Correios” tinha um anexo. A rua que fica entre o antigo Banco Central e o próprio Correios, Agencia Central. Inclusive nesta rua foi realizado um evento histórico sobre a batuta de Patrício e Pierre. Em breve falarei sobre esse marco no nosso Esqueite.    
                   Sábado e domingo, tarde de rua do Sol, sentimento de liberdade, rodas moscas, shape lifestile e truck H-521, Capibaribe fazendo a moldura, ollies elevando os Esqueites... isso era "Os Correios”,        centro de Recife.

Um comentário:

  1. Um reverendo falando de uma forma poética sobre skate, quero ver ele falar dos frequentadores dos correios, muitos skatistas e poucos atletas... Mais tenho fé que Lau não vai nos poupar, ou melhor, poupar eles de ser citados em tal coluna !!!
    Parabéns mais uma vez grande Lau!!!

    Ass: Henrique HC

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